Presidente de instituto alerta para risco de fechamento do Hospital São Vicente por causa de atraso de verbas do SUS

Presidente de instituto alerta para risco de fechamento do Hospital São Vicente por causa de atraso de verbas do SUS

O atraso no repasse de verbas do Sistema Único de Saúde que está chegando a um período de até 90 dias pode acarretar o fechamento do Hospital São Vicente, conforme informou o presidente do Instituto Walfredo Guedes Pereira, Geraldo Guedes Filho. Durante entrevista concedida, o executivo explicou que hoje a maior preocupação com o risco do fechamento da unidade, que atende mais de 22 mil paraibanos por mês, é que a maioria dos pacientes atendidos são doentes oncológicos e renais crônicos que dependem de sessões de hemodiálise semanais.

Geraldo Guedes Filho adiantou que a unidade hospitalar busca ser resolutiva e trabalha para manter o nível de atendimentos de forma célere e humanizada, princípios básicos do SUS, aos seus quase 95% dos pacientes com verba federal, liberada pelo Ministério da Saúde, cujo repasse acontece pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vinculada a Prefeitura Municipal de João Pessoa, e ainda, por meio de convênio com a Secretaria de Estado da Saúde.

De forma saudosista, o presidente do IWGP lembrou da trajetória da unidade hospitalar e que, “com um orgulho muito grande, administra o local onde nasceu, assim como outros paraibanos que contavam há muitos anos, com a principal maternidade da capital, hoje, Hospital São Vicente.

“Atualmente, prestamos um serviço sem parar e recebemos metade de novembro do que foi produzido até agora. A burocracia tem machucado muito o nosso andamento. Uma média aceitável seria de 45 dias, após 60 dias, a situação já se torna crítica”, lamentou Geraldo Guedes Filho.

Ele lembrou que não há para quem apelar, e a diligência é peregrinar diariamente aos gabinetes da SMS, uma vez que ambas as entidades são parceiras. “Nós dependemos deles em razão desses repasses, e eles de nós para o atendimento à população. Se perde muito tempo com lentidão e burocracia,” desabafou.

Geraldo Guedes lembrou a importância das emendas parlamentares para a compra de equipamentos, medicações e melhorias na infraestrutura, onde nos últimos três anos foi adquirido, por exemplo, um tomógrafo e máquina de hemodinâmica, essa última voltada para as cirurgias vasculares. “Hoje precisamos de uma ressonância e um acelerador linear para as radioterapias, encaminhadas aos nossos hospitais irmãos, Napoleão Laureano e FAP. Somos a segunda referência no tratamento oncológico que chega a 30% do total de tratamentos”, destacou.

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