Artista pernambucana lança EP “Da Raiz ao Canto” e celebra ritmos regionais

Artista pernambucana lança EP “Da Raiz ao Canto” e celebra ritmos regionais

Obra da artista pernambucana reúne seis músicas e participações da própria filha Leona e da cantora Alessandra Leão

A cantora e compositora Poli deu mais um passo na sua carreira solo ao lançar o EP “Da Raiz ao Canto”, que já está disponível em todas plataformas digitais. Ele conta com seis músicas, incluindo com a participação de sua filha, Leona, e da pernambucana Alessandra Leão. Das canções, uma delas tem a composição de Fábio Soares (PE). Este lançamento traz uma diversidade de ritmos: capoeira, coco, choro e ijexá.

“O EP de estreia fala de movimento, circularidades, sendo um verdadeiro ebó para o orí. Fala de espiritualidade por meio da poesia, alegrias, encontros e desencontros, e da fé. Também da capoeira, da jurema sagrada e do axé. É um trabalho de cura e de comemoração. ‘Da Raiz ao Canto’ é a continuidade do saber ancestral sendo eternizada no canto e no arranjos musicais dançantes”, conta.

“Da Raiz ao Canto” conecta diretamente com o sentimento de uma mulher preta, mãe, estudando da saúde, dos serviços sociais e da música. Este lançamento tem o incentivo do edital de chamamento público de ações criativas – Lei Paulo Gustavo (LPG – direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal), pelo município Recife.

“Cada música do EP é um rezo, uma maneira de enxergar o mundo, um desabafo e mais um desafio”, acrescenta ela, que começou a investir no projeto solo em 2023.

Também intérprete, percussionista e produtora cultural, Poli tem raízes afroindígenas e inspiradas na sua ancestralidade africana e nordestina, com uma identidade artística diversa de ritmos como ijexá, samba, coco de roda e baião. Para além do som, a fé movimenta seus caminhos na arte, com composições e interpretações guiadas pelo universo das vivências e sabedorias dos terreiros de candomblé e da jurema sagrada.

A música de abertura é justamente “Da Raiz ao Canto” (composição de Poli e Zé Freire), seguida por “Ladainha” (composição de Fábio Soares), “Cigana” (Tina, Poli e Zé Freire), “Prelúdio” (composição com a voz de Poli), “Licença” (composição de Poli, Daniel Menezes e Rodrigo Felix + participação de Leona, a filha de Poli + citação de cantiga da jurema) e “Fumaça” (composição de Poli, Zé Freire e colaboração de Alma da Lívia + participação de Alessandra Leão – voz).

“Esta obra musical traz um modo de acreditar na fé e superar os desafios de formas leve e dançante…. ‘Da Raiz ao Canto’ é um presente cantado principalmente para todo povo afroindígena, ao que veio antes, com um fortalecimento da espiritualidade e um caminho de retorno ao ancestral. Celebra os encontros, as encruzilhadas, a fé, os guias espirituais, os caboclos e mestres da jurema sagrada”, destaca.

A direção musical do EP é assinada pelo artista pernambucano Zé Freire, à frente também dos arranjos e de três composições. Já Vinícius de Farias — artista de Pernambuco — fica com a produção musical. Toda a gravação, com mixagem e masterização por Júnior Evangelista e a técnica do profissional Marco Melo, foi realizada no estúdio Carranca, no bairro da Torre, Zona Norte do Recife. Além de Poli, Zé Freire e Fábio Soares, Tina assina em parceria com a autora do EP uma composição, assim como Daniel Menezes e Rodrigo Felix são compositores parceiros de uma canção.

Para este lançamento, a obra leva a coletividade de muitas mãos, a partir também das temáticas racial, social, de gênero, política e cultural.

“Fala da capoeira Angola e do seu fundamento, fala do sincretismo, da ideia do ser individual e coletivo, das amizades e dos caminhos da vida. Da ‘Raiz ao Canto’ fala de raça, cor, gênero e classe. A gente joga capoeira, dança coco e samba, com a cultura popular, o povo preto, de onde a gente vem e de onde a gente é. É o que está firmado no chão, onde pisamos firme, cantamos com intenção, dançamos como o corpo pede e como a alma sente, falando por meio do canto”, pontua.

A instrumentação tem a autoria coletiva, com mais de 25 instrumentos gravados, sendo percussões, sopros, cordas, coros e palmas. Além de Poli, que assumiu o ganzá e o pandeiro, a lista reúne músicos e musicistas de Pernambuco: Zé Freire (violão de 7 cordas, reco-reco, agogô, coro, palmas), Daniel Coimbra (cavaquinho), Vinícius de Farias (sanfona, coro, palmas), Erlani Silva (contrabaixo), Thúlio Xambá (percussão – congas, surdo, reco-reco, cobel, agbê, ilus, maracá e efeitos), Rodrigo Felix (percussão – congas, efeitos, pandeiros, castanhola, bombo, bombinho, apito, matraca, coro, palmas), Amanda Ganimo (coro e palmas), Juliana Farias (coro e palmas), Marília Fernandes (coro e palmas), Maristella Lourenço (coro e palmas), Nathalia Cavalcanti (coro e palmas), Phillippi Oliveira (viola de 10 cordas), Fábio Soares (gunga e cobra), mestre Magor (médio e atabaque), Yko Brasil (flauta e pífanos) e Paulo Henrique (percussão – ilus, cobel, bombo e agbê).

Toda pernambucana, a equipe técnica do EP é formada por Orum Ateliê (figurino), Arte em Linha/Déborah Assunção (figurino e acessórios), Anderson Ramos (maquiagem), Sandrine Neves (fotografia e filmagens), Lizzi (auxiliar de fotografia), Arca (estúdio fotográfico), Luar Luei (artes de mídias), Nathalia Cavalcanti (filmagens e equipe de produção), Luciane Bacelar (produção executiva), Brenda Bazante (equipe de produção), Maristella Lourenço (equipe de produção) e Daniel Lima (assessoria de imprensa). Vale destacar que Poli também assina a identidade do EP, a concepção do figurino e a escolha dos acessórios.

Na carreira solo, Poli realizou dois shows no São João do Recife, em 2023 (polo Cordeiro) e 2024 (polo Rio Branco), e três em polos do Carnaval do Recife – Várzea (2023), Cordeiro (2024) e Novo Cais/Armazém do Campo (2025). Ela também tem muitas participações com artistas da terra, como Isaar, Nilton Júnior (Pandeiro do Mestre), maestro Oséas, maestro Spok, Josildo Sá, Banda de Pau e Corda etc.

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