Gabriel Veron, do Palmeiras, morou nos fundos de churrascaria e quase foi vaqueiro; hoje, vale R$ 377 milhões

Gabriel Veron, do Palmeiras, morou nos fundos de churrascaria e quase foi vaqueiro; hoje, vale R$ 377 milhões

Mesmo com apenas 18 anos, Gabriel Veron vem assumindo um papel de protagonismo no Palmeiras, que enfrentará o Libertad, no Paraguai, nesta terça-feira (8), pela primeira partida das quartas de final da Conmebol Libertadores. O jogo, que será realizado às 21h30 (de Brasília).

Nascido e criado em Assu, no interior do Rio Grande do Norte, o atacante foi batizado com este nome por causa de um vizinho que era fã do ex-volante argentino Juan Sebastián Verón.

Filho de um vaqueiro, o garoto chegou a ajudar o pai a cuidar dos animais e aprendeu a montar em cavalos desde cedo. O sonho de Gabriel, porém, era seguir os passos do ídolo Cristiano Ronaldo. Incentivado pela mãe, que sempre o acompanhava, começou a trilhar a carreira como jogador de futebol.

Grande destaque no futsal no Rio Grande do Norte, ganhou bolsa de estudos em um colégio particular da cidade antes de sair de casa, aos 13 anos, para fazer uma peneira com cerca de 200 garotos no Santa Cruz-RN. Após ser o único aprovado, ele se mudou para Natal para morar no alojamento – com mais quatro jovens – nos fundos de uma churrascaria que pertence a João “Quebra-Osso”, presidente do clube potiguar.

“Sempre foi muito centrado e escutou muito as nossas opiniões. Nunca deu trabalho”, disse Lupércio Segundo, um dos agentes do atleta e sócio da Brazil Sports, ao ESPN.com.br.

Nos primeiros dias, Veron pensou em desistir porque estava com muitas saudades de casa. Convencido pela mãe e pelos empresários, o jovem resolver permanecer depois que trouxeram um primo para morar por três meses com ele em Natal e jogar no Santa Cruz-RN.

Quando tinha apenas 14 anos, Gabriel passou três meses treinando junto com o elenco profissional da equipe para pegar experiência.

“Sempre se mostrou diferente e conseguiu se destacar também. O Vitória e o Athletico-PR demonstraram interesse no Gabriel”, contou Lupércio.

Aprovado no Palmeiras em dois dias

No ano seguinte, “Quebra-Osso” ligou para João Paulo Sampaio, coordenador da base do Palmeiras, para levar Veron a uma avalição. O jovem de 15 anos foi aprovado em pouco mais de dois dias, levado para a Copa Nike – onde se destacou – e convocado pela primeira vez para a seleção brasileira poucos meses após a chegada.

“O João explicou o projeto da base, e a ideia era começar a utilizar os jogadores nos profissionais no futuro. O Palmeiras ficou com 60% dos direitos econômicos do Gabriel e viramos parceiros do empresário Fábio Mello”, afirmou.

O jovem depois brilhou na conquista do título do Mundial de Clubes sub-17, em 2018, quando foi o artilheiro e eleito o melhor jogador da competição. Na final, ele marcou um gol e deu uma assistência contra o Real Madrid. Pouco depois, passou a jogar competições sub-20 pelo Palmeiras, mesmo estando abaixo da idade.

Ano passado, Gabriel Veron foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo Sub-17, vencida pelo Brasil em casa após vitória por 2 a 1, de virada, sobre o México.

O atacante estreou como profissional no dia 28 de novembro do ano passado. Aos 17 anos, ele entrou no segundo tempo do jogo contra o Fluminense, no Maracanã, pelo Brasileirão. Nas três partidas que jogou em 2019, marcou dois gols e deu uma assistência, mesmo sendo reserva. Virou o segundo mais novo a fazer um gol na história do Palmeiras e, em 2020, foi o jogador mais jovem do Verdão a balançar a rede na Libertadores.

Com tanta expectativa, a multa rescisória do atacante com o Palmeiras é de 60 milhões de euros (R$ 377 milhões).

Neste ano, ele acumula 27 jogos e oito gols. Observado há bastante tempo por grandes clubes europeus, parece ser apenas uma questão de tempo até que Veron siga os passos do “xará” famoso.

“É impossível o Palmeiras vender esse jogador por menos que o Neymar foi vendido ao Barcelona”, disse o técnico Abel Ferreira, após a vitória do Palmeiras sobre o Delfín, pela Conmebol Libertadores.

ESPN

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